quarta-feira, 13 de outubro de 2021

1° Festival de Leitura Caranguejo Tabaiares - O universo feminino na literatura





Uma forma delicada de aproximar o feminino do universo literário à realidade das diferentes mulheres de uma comunidade. Mulheres que muitas vezes não conhecem a autora, não conhecem a obra. Muitas vezes nem têm acesso ao livro. Seja por nunca terem sido transportadas para esse mundo. Seja por algum motivo que as distanciou dele. A professora do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFP) Ywanoska Gama conseguiu conectá-las. E mexeu com a sensibilidade das participantes durante oficina no I Festival Literário Caranguejo Tabaiares.  

Abriu caminhos perguntando o que chega à mente delas quando se fala sobre universo feminino. "As respostas das mulheres me surpreenderam. Todas enfatizaram o reconhecimento da força e a capacidade feminina frente a um mundo ainda muito machista", relata. Elas citaram palavras e situações como “Coragem”, “Mulheres que correm atrás de seus sonhos”; “A vida das mulheres", “As dificuldades que a mulher enfrenta;” “Mulher não pode deixar ninguém colocar ela pra trás”; “A mulher pode estar onde quiser”; “A mulher tem muitas responsabilidades”; 

A professora aproveitou a presença de duas idosas e também pediu que elas falassem se achavam que o mundo havia mudado em relação às mulheres. Os relatos surgiram cheios de emoção. Contaram dificuldades, preconceitos e machismo que viveram ou testemunharam. "Em decorrência da política do patriarcalismo, a mulher foi silenciada, excluída e vitimada por preconceitos ao longo da história". registrou Ywanoska Gama, acrescentando a esse contexto consequências geradas por diferenças de classe social, nível de escolarização, faixa etária, maternidade (seja a solo, acompanhada ou mal acompanhada).



Após algumas interações, leu o primeiro poema: "Retrato", de Cecília Meireles. Depois, Adélia Prado, com o poema Casamento. Em seguida, Janice Japiassu, com "Carta a Adélia Prado". "Aninha e suas pedras" e "Ofertas de Aninha (Aos moços)", ambos de Cora Coralina. Os últimos poemas foram de Conceição Evaristo: "De Mãe" e "Eu-Mulher". 


Entre um texto e outro, um pequeno perfil de cada uma das escritoras, e uma explosão de ideias, de sentimentos, de identificação. "Foi uma experiência muito rica para  mim. Nos comprometemos a repetir, a vivenciar outros momentos assim, juntas. Elas toparão", assegurou a professora. Um mundo de possibilidades se abriu. Nenhuma mulher saiu de lá a mesma.


 

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