segunda-feira, 1 de julho de 2013

Parte I - Seminário Contar Histórias e Formar Leitores na BCCT

Demos início ao Seminário Contar Histórias e Formar Leitores na BCCT, que aconteceu no dia 28 de junho na FCAP, com os agradecimentos de Reginaldo Pereira, coordenador da Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares, primeiramente à  presença de todos os presentes, das crianças, que são parte fundamental desse trabalho e para a FCAP que cedeu o espaço e que é colaboradora desde a fundação da BCCT. Em seguida, dando continuidade às atividades sobre contação de história do seminário Auda, mediadora da BCCT, fez a abertura do evento com a história Campo Santo de Bia Bedram que fez com que todos ficassem encantados, com que todos cantassem e desatassem no riso.



Auda fazendo a abertura do Seminário.
Logo em seguida, Carmem Bandeira, coordenadora pedagógica da BCCT fez alguns comentários sobre a trajetória e o sucesso da Semana do Conto de História, da sua continuidade por já estar em sua 14ª edição sem interrupções, mencionou uma rede de pessoas que aderiram à semana do conto e que fizeram que ela acontecesse, como o Programa Manuel Bandeira, a Releitura e uma rede de contadores de história que se mobilizaram na cidade em prol da contação de história.



Citou também que acha interessante que mesmo antes que a contação de história pudesse instigar os mediadores da BCCT, antes foram as crianças as primeiras a penetrarem nesse mundo de crianção e contação, possivelmente também pela rotatividade da equipe, enquanto as crianças são, em parte, as mesmas. Outro ponto que foi posto é a diversidade de pessoas que vão contar, uma fonte viva: mediadores de todos os tipos e jeitos que inspiram a forma de mediar dentro desse espaço de leitura em Caranguejo Tabaiares e com isso surgem novos estilos e mediações na biblioteca. Sendo assim, destaca-se na visão dela uma comunidade protagonista com um grupo de jovens formando crianças e crianças formando outras pessoas.

Como estava na programação e sendo o nosso objetivo mostrar os diferentes tipos de leitores que floresceram através da experiência com os livros dentro da biblioteca nós convidamos Mariana Marília que é mãe de Kethully e as duas são frequentadoras da Biblioteca e se descobriram leitoras dentro desse espaço na comunidade. Em sua fala Mariana conta que foi através dos livros que o seu desejo de estudar ressurgiu e agora ela estuda para aprimorar a cada dia o amor por esse mundo encantado da leitura e pela escrita, pois assim como a filha vem produzindo belos textos. Narra também que antes trazia seus filhos para a biblioteca, mas não ficava no espaço e que foi através deles e com os livros que eles levavam para casa que os pequenos acabaram conduzindo a mãe para esse bom caminho da leitura e hoje ela sempre passa por aqui, pega livros e já é como se ela fosse membro da equipe. Finalizando seu relato, Mariana leu seu texto "Bibi a menina sem cor" que já foi o tema de uma oficina realizada durante a semana do conto e logo após deu espaço para sua filha Kethully ler o texto "Eu sou invisível" de sua autoria e a pequena ainda fez a mediação do livro francês Bonsoir Lune, falando ora português, ora francês e todos se encantaram com a história e com a menina.



Outra experiencia que foi resultado da formação de leitores na biblioteca é a menina Leila de 07 anos que fez a contação da História "A Princesa Arena", que foi uma criação produzida pela menina, inclusive durante a semana do conto de história onde ela se abriu para a  mediadora e desatou a inventar histórias e desde esse dia não parou mais, sempre sai história dessa pequena caixinha de surpresa.


Dona Luíza, que foi 'descoberta' por Carminha, conta sua história de vida e como foi atraída pela história "O menino balão" de autoria de Fabiana Coelho, mediadora da Biblioteca Popular do Coque, que fez o lançamento do seu livro durante o dia de leitura na Rua que fazemos na praça que fica em frente da casa onde Dona Luíza mora, sua curiosidade por aquele menino que inchava, pelos livros expostos e por toda aquela movimentação levou ela a chegar mais junto e contar a história que recontou no seminário. Uma história da sua vida, sobre quando tinha por volta de 6 anos de idade e onde narra quando perdeu sua boneca de pano, conta ela que "é uma história triste, mas não é de trancoso" querendo dizer que a história é verdadeira. Todas essas experiências e histórias que foram contadas por MarianaKethullyLeila e Dona Luíza estão aqui no blog, confira essas e outras histórias da BCCT nas postagens mais antigas.


Posteriormente, Betânia que é articuladora da Releitura e coordenadora da Biblioteca Popular do Coque e que incorporou a Semana do Conto à programação da biblioteca na comunidade do Coque, a partir da nossa experiência, mas é claro, com suas particularidades, no Coque a Semana do Conto acontece uma vez por ano, no mês de novembro. Falou que a Releitura - Bibliotecas Comunitárias em Rede possibilitou essa troca entre as bibliotecas e um exemplo dessa troca foi na nossa 6ª Semana do Conto de História onde fizemos, com a ajuda da comunidade e de muitos amigos, um lindo castelo e que foi levado para a biblioteca do coque, Betânia disse que após montado o castelo em frente à Biblioteca,  a mesma passou 3 dias com as portas fechadas para aguçar a expectativa da criançada e dos moradores locais que já disseminavam a suspeita da presença de monstros e princesas naquele grande castelo e quando enfim a Biblioteca foi aberta o encanto aumentou, houve aumento no número de visitas e o interesse das pessoas pela biblioteca, melhorou o empréstimo de livros e a visibilidade para os parceiros. Ressalta que, como no nosso caso e no de muitas outras Bibliotecas Comunitárias os moradores da comunidade se descobrem leitores e menciona exemplos semelhantes de mães que começaram a estudar, que inventam poesia e se descobrem autoras. E que a partir da experiência adquirida os comerciantes e a comunidade como um todo, passaram a ver a biblioteca como único lugar que as crianças tem para a colonia de férias. Acrescenta dizendo que foi uma experiência até pessoal para  impulsionar o melhoramento de sua leitura e se redescobrir como leitora pra incentivar as pessoas da comunidade a descobrirem o que tem de bom nos livros e que cada vez mais tem visto bons   resultados e conquistado experiência e termina sua fala dizendo que esse tipo de parceria é muito importante entre as bibliotecas comunitárias.

Um comentário:

  1. Sensacional!!!! Desejo muitos sucessos a vocês e a todas as bibliotecas comunitárias!!

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