Em mais uma atividade com as crianças aqui na biblioteca, hoje, no turno da noite, a história deu vez à poesia e trouxe com ela muita imaginação. As crianças tiveram que ler consagrados autores da nossa literatura e expressar através de desenhos o que as poesias falavam. Manuel Bandeira, Gonçalves Dias e Vinicius de Moraes com suas poesias inspiraram as crianças a se aventurarem no mundo da cor. Se inspire também lendo essas belas poesias e conferindo os desenhos produzidos pelas crianças:
Profundamente
Manuel Bandeira
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes, cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam, errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
— Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente.
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu´inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
O Pato
Vinicius de Moraes
Lá vem o pato
Pata aqui, pata acolá
Lá vem o pato
Para ver o que é que há
O pato pateta
Pintou o caneco
Surrou a galinha
Bateu no marreco
Pulou do poleiro
No pé do cavalo
Levou um coice
Criou um galo
Comeu um pedaço
De genipapo
Ficou engasgado
Com dor no papo
Caiu no poço
Quebrou a tigela
Tantas fez o moço
Que foi pra panela
Após a feitura das ilustrações o difícil foi escolher o mais bem elaborado. As crianças não se conformaram com duas pessoas que nós trouxemos para a eleição, por isso tivemos que ir pelas ruas da comunidade perguntar para outras pessoas. Com 7 votos, no total, o grupo da poesia Profundamente de Manuel Bandeira foi o vencedor com 4 votos. Eles ficaram muito felizes, pois ganharam lindos brindes para continuarem em casa a ler e a fazer mais artes.
Fábio, Tati e Waldeque foram os ganhadores. |
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