quarta-feira, 10 de abril de 2013

2/8 Dia de Leitura na Rua

A leitura na praça que estava prevista para acontecer nas últimas quartas-feiras de cada mês, teve que mudar seu itinerário dessa vez pois, marcado para o dia 27 de março teve que ser transferido para o dia 01 de abril por causa do feriado de páscoa, onde a Escola Maria Goretti, nosso principal público nessa atividade, não teve aula. Sendo planejado para o dia 27 que também é o dia do circo pensávamos em fazer uma programação toda voltada para essa temática.
Tivemos que mudar o dia, mas fizemos questão de manter alguma coisa sobre o assunto.
Então a manhã começou assim, com uma breve apresentação do projeto e o porquê de estar acontecendo naquele dia. Leninha, umas de nossas mediadoras, falou sobre as artes circenses, os palhaços mais famosos da história e alguns outros atores fundamentais para o espetáculo ser a grande maravilha que é. A partir disso, foram distribuídos alguns poemas que traziam como tema algo relacionado ao circo e os adolescentes, estudantes da Escola Estadual Maria Goretti leram em voz alta os versos


Cartaz elaborado pelas crianças da biblioteca, com o auxilio dos mediadores.

Em seguida, houve uma roda de leitura a partir do livro Contos de Enganar a Morte de Ricardo Azevedo, onde as mediadoras, junto com os alunos leram o conto: O último dia na vida do ferreiro. Os alunos da 8ª série gostaram muito da história que foi passando de mão em mão despertando a curiosidade geral para a narração dos trechos.


Muitos que, a principio nem queriam ler, ao ouvirem a história se empolgaram e leram mais que os outros, mostrando que, não há como não ser envolvido com a leitura, é um caminho sem volta, mas ainda bem que nos leva para um bom caminho.



Já no turno da tarde houve uma breve apresentação bem dinâmica envolvendo do nome dos alunos presentes e a conversa foi outra, abordando o porque ler é importante e o quanto esse ato enriquece o vocabulário. Em seguida foi feita uma contação de história pela mediadora Janaina que escolheu o seu conto preferido e que adorar contar que é a Quase Morte de Zé malandro, também do ilustríssimo Ricardo Azevedo. A história foi bem acolhida pelos ouvintes e chamou a atenção também porque, segundo eles, nunca tinham ouvido histórias relacionadas com a morte daquela forma tão natural e até mesmo engraçada.
Depois Carmem Lucia, coordenadora pedagógica da BCCT, ficou perguntando se algum deles sabiam contar alguma história e a partir de suas provocações e da conversa no coletivo, acabou surgindo um papo super interessante sobre a capoeira, onde Léo, também estudante, começou a falar sobre suas experiências com o maracatu e a cultura negra, através do Maracatu Bela Arte e do Grupo Percussivo Consciência Negra, dois grupos da comunidade que trabalham temáticas afrodescendentes com crianças e jovens da comunidade e onde Léo canta e dança capoeira. O jovem contou sobre o surgimento da capoeira e dos maiores mestres desde o começo até os dias de hoje, entre muitos citados surgiu o nome do Mestre Bimba e do Mestre Pastinha. Falava sobre a abolição da escravatura e não parava de surgir histórias sobre afrodescendentes e qual a relação entre a cultura afrodescendente e a capoeira. Para encerrar os relatos de Léo, ele citou a diferença entre a capoeira regional e a capoeira da angola e assim, terminamos a tarde com uma pequena roda ao som de cantigas que embalam a capoeira.
Essa foi uma experiência muito interessante explorando diversos assuntos diferentes trazidos, muitas vezes, pelos próprios leitores dentro de uma oficina.


Victor (na foto acima) mora bem perto da praça, já conhecia essa atividade e sempre participou, desde o inicio do Dia de Leitura na Rua. Hoje através das fotos e de sua experiência leitora vemos o seu crescimento. Veja no link um foto do menino bem menor: [Dia de Leitura na Rua].

Fabiana, frequentadora da biblioteca (também desde pequena)
lendo livro na praça.

E mesmo tendo como público alvo os alunos da Escola Estadual Maria Goretti, muitas outras pessoas chegaram junto daquele movimento e foram abraçadas ou por uma contação de história ou, para os mais íntimos, a leitura de um texto.
E assim ficamos na expectativa do próximo Dia de Leitura na Rua que trará mais surpresas.

Um comentário:

  1. Gostei de tudo que foi relatado aqui sobre o último Dia de Leitura na Rua... só faltou um detalhe muito importante ocorrido no turno da tarde: o estudante Léo que é professor de capoeira e profundo conhecedor de várias histórias relacionadas às raízes africanas na formação cultural do Brasil, surpreendeu também ao revelar a sua face de poeta. Ele escreve poesias, apresentou um dos seus poemas para o grupo... o caderno passou de mão em mão, todos leram alguns versos ou estrofes do poema... Os colegas ficaram emocionados com a descoberta do tesouro ali tão pertinho deles e a professora de arte também ! Viva o Dia de Leitura na Rua, que na verdade é o Dia de Leitura na Praça ...

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